Cemig afasta risco de apagão em Minas Gerais

por André Candreva publicado 26/03/2018 20h28, última modificação 26/03/2018 20h28

 

Fonte: Jornal O Tempo

 

 

Empresa diz que uso de térmicas também vai garantir oferta; companhia investiu em automatização para que luz volte logo quando cair durante a chuva.

 

Mesmo que a hidrelétrica de Três Marias pare de funcionar a partir do mês que vem – e há chance disso ocorrer porque o reservatório de água da hidrelétrica está com apenas 3,5% de seu volume e poderá chegar a 1% em novembro, o que fez com que apenas duas de suas sete turbinas estejam funcionando – não há risco de falta de energia elétrica em Minas Gerais, garante a Cemig.

 

E mesmo sabendo que as chuvas que estão para vir a partir de novembro não serão suficientes para encher novamente os reservatórios na velocidade e volume necessário, a Cemig diz que não haverá desabastecimento energético. "O fato de Três Marias não gerar energia não traz insuficiência energética porque o Brasil é todo interligado. Se Três Marias não gera, Furnas está gerando para ela, outras estão gerando, isso não faz a menor diferença para o consumidor", declara o gerente de Planejamento Energético da Cemig, Marcelo de Deus Melo.

 

De fato, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável pela regulação da distribuição de energia no país, boa parte da energia que o Sudeste está recebendo hoje está vindo da região Sul do país.

 

O ONS completa as informações de Melo dizendo que consegue fazer o equilíbrio energético (abastecimento) e elétrico (segurança dos equipamentos, sem sobrecarga) fazendo transferência de energia entre as regiões do país por meio das linhas de transmissão que cortam o Brasil de fora a fora. E sendo assim, a paralisação de um reservatório não afeta o sistema em seu funcionamento, pois há como suprir, inclusive com as termelétricas.

 

Imprevistos

 

O que surpreendeu foi a intensidade da seca que afetou a região Sudeste. De acordo com Artur Chaves de Paiva Neto, meteorologista da Cemig, estamos sob a influência do fenômeno El Niño, que aquece a superfície do oceano Pacífico, provocando efeitos previsíveis no Brasil em várias regiões, menos no Sudeste. "Na região Sudeste, os efeitos do El Niño são imprevisíveis, e somente em fevereiro e março estaremos livres dele". O que se espera, segundo o meteorologista, é que, em Minas, nas regiões do Triângulo e Alto Paranaíba, haja mais chuva que a média histórica, assim como nos vales do Rio Doce e Mucuri. Já o Jequitinhonha e divisa com Rio e São Paulo, as chuvas serão abaixo da média.

 

Cuidados na chuva

 

Para enfrentar o período chuvoso com menos reclamações por causa das frequentes quedas na energia elétrica e conseguir resolver as ocorrências com mais rapidez, a Cemig fez investimentos e mudanças em seu sistema que resultaram, inclusive, no fim da necessidade da ida de uma equipe de funcionários da companhia ao local onde caiu a luz.

 

"São equipamentos automatizados. Então podemos religá-los, em muitos pontos, sem ter que enviar equipe. Isso agilizará o atendimento", diz o superintendente de relacionamento comercial, Carlos Augusto Reis de Oliveira.

 

O investimento foi de R$122 milhões para a região metropolitana de Belo Horizonte. A empresa também ampliou os canais de atendimento ao consumidor, para diminuir a sobrecarga do número 116, que é o mais conhecido.