Com plenário lotado, Délcio Damata sugere corte de 50% no salário dos Vereadores de Congonhas

Usando a tribuna do plenário da Câmara, o vereador Délcio Geraldo Damata (PSDB), sugeriu nesta terça-feira (3), a redução de 50% nos salários dos vereadores de Congonhas. De acordo com o parlamentar, a medida contribuiria de forma efetiva com a diminuição dos gastos públicos neste período de crise nacional e poderia inclusive auxiliar na geração de mais empregos no funcionalismo público.

“Com o próximo aumento, o salário do vereador irá para quase R$8 mil. Nós não precisamos ganhar tudo isso. Podemos fazer um corte de 50%. E no final haverá uma economia de mais de dois milhões de reais”, destacou o vereador.

Citando o discurso de posse do prefeito reeleito José de Freitas Cordeiro, Délcio relembrou que a queda na arrecadação do município obrigará o chefe do Poder Executivo a reavaliar a situação dos cargos comissionados. “Se reduzirmos quatro mil reais no salário do vereador, será possível criar mais de 60 empregos dentro da cidade e estaremos, assim, contribuindo para que não haja demissões na prefeitura”, salientou Délcio.

Para o parlamentar, a diminuição nos salários dos vereadores de Congonhas abriria um precedente que poderia estimular a outras câmaras municipais da região e do estado a tomarem a mesma iniciativa como forma de diminuir os gastos com governo.

REPERCUSSÃO PARLAMENTAR

O pronunciamento de Délcio Damata gerou aplausos e elogios do público que acompanhou a reunião, mas também provocou reações entre os membros do parlamento.

Destacando que a atividade parlamentar ocorre 24 horas por dia, o Presidente da Casa Legislativa Adivar Geraldo Barbosa (PSDB), defendeu o valor dos honorários do vereador e indiretamente classificou o discurso do correligionário como populista. “O vereador trabalha demais. Trabalha no velório, no aniversário, no casamento. Não tenho política como profissão. Sou advogado. Com os descontos, o valor do salário de vereador que recebo é R$4.440,00 líquido”, destacou.

Os vereadores Feliciano Duarte Monteiro (PSD) e Edonias Clementino de Almeida (PHS) também defenderam os atuais salários. “Acho justo este salário que não é nenhuma fortuna, pois estou abrindo mão da minha própria vida e de meus negócios para me dedicar à vereança”, comentou Feliciano.

Já o vereador Edonias Clementino disse que o funcionalismo público precisa ser mais valorizado. “Se me perguntarem meu salário eu não sei qual será. E não estou me preocupando com isso. Acho uma vergonha discutirmos salários de 1200 reais numa cidade rica como a nossa. Uma cidade onde cada funcionário poderia estar recebendo muito mais. Deveria sim ter melhores salários para o bom funcionário”, destacou. Ele também informou que não vai abrir mão do próprio salário.

CONVITE À POPULAÇÃO

Rebatendo os comentários dos colegas parlamentares, Délcio destacou as dificuldades financeiras enfrentadas por diversos estados e pela União e enfatizou que uma atitude isolada como a renúncia de seu salário, sugerida pelos colegas, não resolveria em nada a situação. “Todos que possuem comércio e empresas estão diminuindo salários para não demitir e isso está acontecendo no Brasil todo. Será que não podemos tomar nenhuma atitude aqui dentro da Câmara para contribuir?”, questionou Damata.

O parlamentar aproveitou o discurso para convidar toda população de Congonhas para a primeira reunião ordinária dos vereadores, em 07 de fevereiro, para discutir sobre o tema e informou que seu gabinete trabalhará para a divulgação da proposta de redução dos salários dos vereadores.

CONFIRA O VÍDEO
As discussões parlamentares sobre o assunto você pode conferir, na íntegra, acessando o link do vídeo da 1ª Reunião Extraordinária do Legislativo Municipal.

FOTO: Vereador Délcio Damata em seu gabinete.

Reinaldo da Silva/ Assessoria de Imprensa/CMC
(Reprodução do texto autorizada mediante citação da fonte Câmara Municipal)