P. Paulinho prega a Fraternidade e faz paralelo entre Assistência Social, Política e Violência

por ritacordeiro — publicado 16/04/2018 13h30, última modificação 17/07/2018 10h50
Padre Paulinho em Plenário da Câmara M. Congonhas
P. Paulinho prega a Fraternidade e faz paralelo entre Assistência Social, Política e Violência

P. Paulino

Na 8° Reunião Ordinária, da Sessão Legislativa da Câmara Municipal de Congonhas, do dia 27 de março de 2018, Padre Paulo Barbosa foi convidado para falar sobre a Campanha da Fraternidade.

Padre Paulino falou sobre a Semana Santa apresentou em data show a campanha sobre Abraçar a Sociedade que clama por mais dignidade e esperança. De acordo com informações do Padre Paulo, o Brasil ocupa o 4° no ranking da violência, 60 mil assassinatos por ano. A cada dois minutos uma mulher é estuprada no Brasil. Em MG, ano passado houve mais de quatro mil casos e mais de 90% não denunciam. Falou sobre a morte de Marielle Franco - a representatividade da violência e sua contribuição social, como vereadora e socióloga. Acredita que existam mais mortes no Brasil do que na Faixa de Gaza, no Afeganistão. “São dados muito fortes”.

Em Congonhas de 2012 a 2017, dez pessoas foram assassinadas na cidade e afirmou que muitos não foram denunciados, muitas vezes por medo. Acredita que a violência perpassa nas questões: racial, contra a juventude, exploração sexual, contra trabalhadores rurais, o narcotráfico, a violência policial e contra os policiais, a doméstica - Lei Maria da Penha ajuda muito, mas diz que ainda não é exercida de maneira plena e a religião como forma de fanatismo.

Disse que em Congonhas existem projetos de inclusão social como Casa Abrigo Primavera, a Casa Dom Luciano e a Casa Abrigo, Reciclando vidas, Garoto Cidadão, que abrigam varias crianças, que foram abandonadas pelos pais e permite a inserção dessas crianças no âmbito educacional e profissional.

Afirmou - “é importante ter uma Câmara Municipal que continue apoiando estes projetos sociais, como a Escola da Cidadania e vemos a pluralidade dos requerimentos para neste cenário diminuir a violência. Muito importante o poder público participar e gerir a vida pública, pois infelizmente muitos dão a vida pelo dinheiro e grande parte da nossa juventude não se encontra nas escolas. Os garotos crescem sem escolaridade, educação e familiaridade. Temos visitado algumas escolas e professores e diretores me dizem que é muito difícil educar um aluno que não tem um pai ou uma mãe dentro de casa. Eles não têm parâmetro familiar. Isso é um problema sério.”

“Faço trabalho na pastoral carcerária, todo mês sempre e há um projeto hoje entre o MP e paróquia no qual estamos construindo salas, alfabetização e catequese, de adultos e mais de 90% daqueles presos são pobres, analfabetos e sem advogado. Não temos defensoria pública para defendê-los. E não há muita esperança, pois quando saem da prisão retornam para o mundo do tráfico, roubo e/ou morrem. No Brasil são mais de 13 milhões de desempregados e isto também é uma forma de cultura da violência e as pessoas acham que é normal bater, apanhar, se drogar, se prostituir”.

“E quando a política está corrupta e se deixa levar por projetos inadequados da vida humana ela também vai favorecer a violência. Prova disso é que em Brasília tem três bancadas: da bíblia, do boi e da bala”. Padre Paulinho diz que é um comentário dos próprios políticos. E concluiu que a dignidade humana está em primeiro lugar. “E tudo que se faz em favor da vida estamos fazendo para a fraternidade e para um mundo melhor”.

Rita Cordeiro/Assessoria de Imprensa/ CMC